25/06/15

Texto Inédito de Agradecimento de António Henriques


Carlos Guilherme, na sua intervenção na mesa de honra do lançamento da biografia de seu pai, leu um texto inédito da autoria de António Henriques, de agradecimento, que publicamos com a devida vénia, que ele infelizmente não pôde ler, por ter falecido poucos dias antes da apresentação do II Volume da sua história da Incrível.


Exmos. Senhoras e Senhores

Começo por agradecer a presença de V. Exas., e as palavras generosas que me dirigiram e que por benevolência da vossa extrema simpatia, elevaram algumas qualidades que eu possa ter, mas lançaram no esquecimento todos os defeitos.
Porém, o próprio erro da perspectiva é motivo para penhorado agradecimento.

E faço-o sensibilicadamente nesta querida Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, devendo considera-la a segunda mãe de todos os incríveis.
Neste vosso amigo e companheiro existem em simbiose:
- O menino que procurou e conseguiu ultrapassar momentos algo espinhosos da vida.
- O jovem que viveu os desencantos e os encantos da luta pela liberdade
- O Homem que consagrou quatro templos do amor:
A Família
A Nossa Filarmónica
Almada
Os amigos
São difíceis os caminhos da vida. Partilhar, contudo, esses caminhos com todos os amigos e entusiastas da nossa Incrível foi a fórmula mágica que me guiou na vida.
Foi uma bênção poder compartilhar ao longo dos anos o entusiasmo posto em todas as iniciativas.
Dias, noites, semanas, anos de trabalho insano, mas por mais defeituosa que tenha sido a nossa colaboração, está a encher-nos de orgulho e a deixar-nos a certeza que valeu a pena.
Não podemos por orgulho ou estúlcia concluir que o homem enquanto parte integrante da sociedade civil em que vivemos aperfeiçoou inteiramente, a ponto de considerar-se satisfeito por ter conseguido realizar, na prática, todos os seus ideais éticos e humanos.
Bem pelo contrário, embora isso seja para muitos, difícil de admitirpensamos que o homem comum que somos, continua igual a si próprio, e bastante longe dos raros indivíduos que transcendem em muito os seus concidadãos, libertando-se da lei da morte, com obras que vão ficando.
Todos somos, por mais doloroso que nos seja verifica-lo, responsáveis, com acções ou reacções, interesses ou desinteresses, orgulho ou servilismo, pelo estado actual das coisas.
E de nada valerá ficar á espera de um Messias ou de um Salvador, enfim de um Milagre.
Se não fizermos nada, nada aparece feito. Se não lutarmos não saímos derrotados mas, de certeza, não seremos vencedores.
Nada é definitivo, mas os homens que foram arquitectos e os continuadores da existência da nossa Incrível lutaram e triunfaram…
A OBRA ESTÁ À VISTA: levar a cabo, não digo, num plano inovador mas a simples e regular manutenção da marcha de tudo aquilo que já está edificado, montado e equipado, cativar a juventude, subtraí-la á pecha da droga, da prostituição, enfim da destruição, é tarefa para gente capaz e altruísta.
Sinto-me orgulhoso da nossa Incrível, uma plêiade de homens incondicionalmente disponíveis, a deixar para segundo plano os seus interesses particulares e imediatos, e através de uma unidade de acção conseguir!
 Quantas vezes sem olhar a “Sangue, Suor e Lágrimas “ elevar bem alto a nossa bandeira.
Minhas senhoras e senhores, resta-me agradecer-lhes mais uma vez, todas as gentilezas e pedir desculpa por não ter conseguido ser tão simples e tão directo, como naturalmente gostaria de ter sido.
Bem hajam, e que o exemplo de todos vós frutifique e possa ser o estandarte das experiências vividas da entrega total e do saber acumulado ao longo dos vetustos 142 anos da nossa muito querida Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.

Para terminar: VIVA A INCRÍVEL!


           (António Henriques)

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