«[...] Ainda
hoje não consigo classificar o António Henriques, personagem impar da Incrível.
De modos muito cordatos, um pouco reservado senão distante, uma escrita que me
parecia barroca, louvando a Incrível e as belezas de Almada. A Vila foi elevada
a cidade em 1973 no período sobre o qual estou a escrever. Sinceramente não
lograva nos escritos do António Henriques as belezas que ele cantava. Almada
velha tinha sido paulatinamente destruída, e quanto isso deveria ter doído ao
António Henriques, e a parte nova não era para mim algo assim tão belo para ser
louvado. Mas o amor que ele punha naquilo que escrevia, esse sim, comovia-me.
Agora penso que o António Henriques via algo que eu não vislumbrava. Além da
grandiosa vista sobre Lisboa, ele via o pulsar da cidade, via as gentes nas
suas actividades, via a alma onde eu via a pele. [...]»
Fernando Pina
(in "António Henriques, O Associativista e o Historiador de Almada e das Suas Colectividades")
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