31/12/15

A Princesa que António Henriques não Conheceu...

Para fecharmos com "chave de ouro" a parte informativa do blogue sobre as Comemorações do Centenário de António Henriques, publicamos a fotografia da sua bisneta, Maria do Mar, com a sua biografia nas mãos, escrita pelo avô, Carlos Guilherme e por Luís Milheiro.


O seu bonito sorriso diz tudo...

Aproveitamos para deixar aqui também um agradecimento especial a todos aqueles que colaboraram nas comemorações do Centenário de António Henriques, tornando-a mais digna e enriquecedora para o Concelho de Almada, que tanto se orgulha da sua história e das suas gentes.

29/12/15

António Henriques em Família


António Henriques, a esposa, Lídia Sanches, e o filho, Carlos Guilherme...


Jantar em família de António Henriques com a esposa, o filho e a nora, Maria de Fátima...


António Henriques, a esposa e o neto, Nuno Alexandre...

15/12/15

A Boa Colheita Cultural de 1915


António Henriques está muito bem acompanhado, nesse já longínquo ano de 1915. Ano em que nasceu muito boa gente que continua a ser reconhecida e idolatrada pelo seu talento artístico.



Na MÚSICA nos últimos dias têm sido recordados os êxitos de Frank Sinatra, uma das grandes vozes do século vinte, sem sombra de dúvida. Mas também poderíamos recordar a singularidade de Billie HolidayEdith Piaf  ou o talento instrumental de Muddy Waters, ou Ewan Mac Coll.


No CINEMA à bela e talentosa Ingrid Bergman, juntam-se Orson Welles, actor e realizador de excepção, o enigmático Yul Brynner ou o multifacetado Anthony Quinn.

Na LITERATURA surge-nos o poeta português, Ruy Cinatti, o dramaturgo norte-americano, Arthur Miller, o filósofo francês, Roland Barthes, o escritor americano  Saul Bellow ou o filólogo brasileiro António Houaiss.

Nas ARTES PLÁSTICAS temos os portugueses Luís Dourdil e Frederico George e o brasileiro Vilanova Artigas.

No JORNALISMO há um nome especial, António Paulouro, que fundou o "Jornal do Fundão", que foi um marco de resistência cultural durante a ditadura portuguesa.

Na POLÍTICA também há alguns nomes que se destacaram entre nós: Virgínia Moura, António Dias Lourenço ou Silvério Marques.


E no DESPORTO há um nome que diz muito aos almadenses, António Calado, o primeiro grande atleta de nível nacional, campeão e recordista nacional, que participou nos Europeus de atletismo que se realizaram em Paris em 1938, onde se deslocou sozinho e acabaria por bater o recorde nacional da corrida de 800 metros, algo que só viria a saber em 1990...

01/11/15

António Henriques de Regresso ao Cine-Teatro Incrível


Ontem a "Poesia Vadia" instalou-se no hall de entrada do Cine-Teatro Incríivel, gerido pela Associação Alma Danada, com o dedo da SCALA, uma associação cultural que não consegue estar quieta. E como não podia deixar de ser, nem faltou a "aparição" de António Henriques.


Além da poesia (de e sobre o homenageado), houve também conversas sobre o associativismo de ontem e de hoje, e claro sobre a Incrível (também com poesia à sua volta) para desespero daqueles que preferem a declamação a uma boa conversa.


O balanço esse é muito positivo, pois muitos dos presentes (quase três dezenas de amantes de poesia) não faziam ideia de quem era António Henriques. Além de declamarem e ouvirem os seus poemas escolhidos, saíram do velho Cinema da Incrível mais enriquecidos sobre a história de Almada, que é feita sobretudo com pessoas como o grande António.

29/10/15

"Poesia Vadia" no CIne-Incrível


No próximo sábado, 31 de Outubro, às 15 horas  realiza-se uma sessão de Poesia Vadia no  Cine-Incrível (rua Capitão Leitão, nº 1), organizada pela SCALA e pela Almadanada.

Haverá também um momento de homenagem a António Henriques, em que serão declamados poemas escritos por ele e inspirados na sua vida e obra.

Será mais uma boa oportunidade para recordar este grande Incrível, que surge na fotografia com um cigarro na mão, na entrada do edifício do Cine-teatro da Incrível, bem diferente dos nossos dias...

27/10/15

A Ti Te Devo, "Incrível"!


Uma das coisas mais bonitas que António Henriques escreveu foi o conto autobiográfico, "A Ti Te Devo, Incrível", premiado nos III Jogos Florais da Incrível (1965) e publicado no boletim "O Incrível" de 1 de Outubro de 1967.

Luís Milheiro organizou um caderno com esta história e  na sua Nota de Abertura abre um pouco o véu: «[...] E começa de uma forma sublime, com António a recuar no tempo, a olhar-se ao espelho e a descobrir o menino frágil, de olhar triste, que da janela da sua casa, na Rua de Oliveira (hoje Rua Comandante António Feio), escutava com atenção alguns jovens operários que passavam, que no meio das suas conversas soltavam a palavra mágica: INCRÍVEL. O mesmo menino que numa tarde de Agosto, com os seus dez anos, se resolve aventurar e conhecer a tal Sociedade Filarmónica, "Incrível", que tanto o fazia sonhar [...].»

25/10/15

António Henriques Homenageado na Incrível


Ontem à tarde o Salão de Festas da Incrível Almadense acolheu mais uma sessão pública de homenagem a António Henriques, que tinha como principal atractivo uma conferência do historiador almadense, Alexandre M. Flores.

Cristina Azevedo dirigiu  a sessão que se iniciou com a actuação da Banda Filarmónica da Incrível Almadense, dirigida pela maestrina Fátima Pires, que tocou três temas ("Hino da Incrível", "Canto o Fado" e "Dunas").

De seguida foi projectado um pequeno conjunto de imagens sobre a vida de António Henriques e também excertos de um filme realizado pelo Município de Almada em 1993, com montagem de Fernando Viana.

A mesa de honra foi constituída por Carlos Guilherme (filho do homenageado e membro da Comissão Organizadora), José Manuel Maia (presidente da Mesa da Assembleia Geral), Alexandre M. Flores (historiador), Augusto Flor (presidente da CPCCRD), José Luís Tavares (presidente da Direcção da Incrível), Augusto Guaparrão dos Santos (presidente da Mesa da Assembleia Geral da Incrível) e João Geraldes (representante do Presidente do Município).


O historiador Alexandre M. Flores na sua conferência sobre António Henriques, focou alguns dos aspectos mais importantes da sua vida, assim como da amizade que os uniu. Deu um particular ênfase à procura incessante de António Henriques pelos fundadores da Incrível, que nunca conseguiu ser concretizada, apesar das várias pistas e apoio do historiador almadense.


Das várias intervenções dos membros da mesa de honra, salientamos a de Carlos Guilherme, que além de ter procurado fazer um historial das Comemorações do Centenário de António Henriques, também fez os agradecimentos devidos a todos aqueles que o apoiaram e que ajudaram a que esta homenagem fosse digna para Almada e para a Incrível Almadense.

24/10/15

Os Cem Sócios da Incrível que Subscreveram a Aquisição da Placa


A Placa de Homenagem a António Henriques


Poucos minutos depois da 15.30 horas, a placa de homenagem a António Henriques foi descerrada, perante os aplausos dos presentes.


Foi dito pelo presidente da direcção da Incrível, houve alguém que teve a ideia, e depois houve cem sócios que se associaram à iniciativa, de uma forma simbólica por se tratar da Comemoração do Centenário do Nascimento de António Henriques.

Mas como esse alguém tem nome, é Luís Milheiro, que não só teve a ideia como andou atrás dos associados da Incrível para chegar ao "número mágico": 100.  E como somos gratos.

Obrigado, Luís!


17/10/15

O "Teatro para o António"


“Explicação aos Pássaros”

Estes dois quadros teatrais foram escritos apenas com um intuito: homenagear António Henriques num espectáculo que a Comissão Organizadora do Centenário tinha agendado para a tarde de 7 de Novembro, com poesia, teatro e música, com o apoio de várias pessoas da Incrível e também da SCALA.
Já quase no final de Setembro fomos forçados a cancelar o espectáculo, devido à falta de disponibilidade do Cénico Incrível Almadense (envolvido na Mostra de Teatro de Almada).
Achámos que não faria sentido esta realização sem a componente teatral (além destes dois números da minha autoria, também estava prevista uma breve passagem teatral pela “História da Avózinha”, peça da autoria de António Henriques que visitou os palcos incríveis durante a comemoração do Centenário da Incrível Almadense, em 1948).
Como já disse anteriormente, encarámos a situação sem dramas, pois nem todas as pessoas sentem as mesmas coisas e têm as mesmas vontades, a vida é mesmo assim.
A única coisa que poderei acrescentar, é que eu e o Carlos tentámos homenagear e recordar António Henriques da melhor forma possível, como grande figura de Almada e da Incrível Almadense neste bonito ano de 2015.
E acreditamos que ele estará feliz por ter voltado, ainda que só por alguns instantes, à sua e nossa Incrível.

                                                       Luís Alves Milheiro

(texto publicado no final do caderno com os quadros teatrais)

06/10/15

Os Quatro Módulos da Exposição, "António Henriques, um Homem Incrível"

Primeiro módulo: Sala de Reuniões (fotografias, manuscritos, objectos de colecção, arte gráfica, instrumentos musicais, artigos de jornalismo, objectos artísticos);

Segundo módulo: Salão Nobre (16 manuscritos sobre a história da Incrível Almadense); 

Terceiro módulo: Biblioteca (livros da autoria de António Henriques e sobre a Incrível e sobre o homenageado);

Quarto módulo: Salão de Festas (três expositores sobre "O Músico", "Um Dia Único (Centenário), "O Historiador");

02/10/15

A Inauguração da Exposição Correu da Melhor Maneira


A partir das 17 horas as pessoas começaram a aparecer e quando demos por isso a Sala de Reuniões do edíficio-sede da Incrível estava cheia de amigos que não quiseram faltar à inauguração da exposição,  "António Henriques um Homem Incrível", organizada pela Comissão do Centenário e pela Incrível Almadense.


Além dos muitos amigos presentes também contámos com uma significativa representação do Município de Almada, com Joaquim Judas, presidente do Município, José Manuel Maia, presidente da Assembleia Municipal e ainda António Matos e Maria do Carmo Borges, vereadores da Cultura e do Associativismo.


Apesar da sua simplicidade, pensamos que a exposição honra a memória de António Henriques.

Informamos ainda todos aqueles que quiserem visitar a exposição, que o podem fazer às terças e quintas, devendo fazer a marcação (gratuita) na secretaria da Incrível, durante todo o mês de Outubro.

27/09/15

Exposição, "António Henriques, um Homem Incrível"


Estão desde já convidados para a inauguração da exposição, dia 1 de Outubro, às 17.30 horas.

22/09/15

Poemas com Dedicatória (3)


Para o António Henriques

Foi no reinado de Dona Maria Segunda.
E havendo já alguns antecedentes,
As filarmónicas começavam as suas natalidades.
Há uma imagem já profunda
De futuros compromissos atraentes,
Que iriam desaguar em Liberdades.

Em Almada, a primeira, a Cabralista,
Criada para servir a política,
Apareceu de uma forma inusitada:
Só tocava para a direita Cartista.
Era uma coisa tão monolítica
Que acabou seus desígnios à pedrada…

Dois anos mais tarde, em quarenta e oito,
Após umas lotarias tão desafortunadas
Entrou-se no “põe aí” como quotização.
Era um plano já muito afoito,
A modos de se fazer uma jangada
Que levasse a bom porto de salvação

E p’rá frente era o caminho
- Aqueles homens não eram gente de torcer –
Teriam de fomentar uma questão plausível
Que seria a construção do próprio ninho
Um ninho que desse mui trabalho e mui prazer
E que nunca fosse razão Incrível.

Se Incrível ficou na posteridade
Foi um desafio para o futuro,
Para outros que haveriam de surgir,
Pois só assim desfilaram, perante essa Sociedade
Anónimos que elaboraram trabalho muito duro
E deram grandes lições de fraternidade.

Mais tarde, surgiu o António Henriques,
Que removeu montanhas e descobriu papeis
Para escrever uma história gloriosa.
E, sozinho, sem criar despiques,
Mostrou que além de Henriques, pai dos reis,
Havia outro, o da Incrível tão ditosa.

Nasceu para isso o nosso amigo:
Para o amor, para o afã, p’ra sua Incrível,
Para estar bem junto a este povo tão esquecido,
Porque, qualquer dom nasceu consigo
Na demonstração de que tudo aquilo era crível
E que Portugal tinha ficado enriquecido.


                                     Fernando Barão

20/09/15

Poemas com Dedicatória (2)


António, Um Homem Incrível


António, olho para ti como a Alma Incrível
O Homem que fez com que tudo seja possível.

O músico da banda do brilho e glória
O dirigente da excelsa memória
A voz exaltante da nossa história.
O melhor exemplo desta paixão
Que nos enche e irradia o coração
E faz com que nunca digamos, não,
À nossa Incrível, casa de fraternidade
Farta em rostos que irradiam amizade
E onde sempre se respirou liberdade.

António estás sempre presente na Incrível
És o único que permanece insubstituível.
  

       Luís Milheiro

19/09/15

António Henriques: as Palavras dos Outros (4)


[...] Pensamos que uma colectividade quanto mais idosa for mais difícil é recompor a sua história. Tudo se vai perdendo no tempo, tudo se vai esfumando com o cair das folhas dos calendários. Assim a obra coleccionista do António Henriques terá ainda muito mais valor visto que se transplanta para além de um século.
Juntou largas centenas das mais variadas partículas que diziam respeito à mãe das instituições almadenses, que se foram catalogando por espécies, por épocas, e que hoje têm um valor que só atingem os originais históricos.

Assim, para além do que ainda há para verificar e coleccionar entregou na Incrível 16 volumes das mais diversificadas recordações que estão a ser publicada em 8 volumes dos quais já saíram 2. No ano de 1998, em que a Incrível completa século e meio de existência, sairá o último volume, ficando esta parte do seu grandioso esforço, concluído. Mas, a Incrível não irá ficar por aqui. Tudo que a família nos irá entregar, por seu desejo de sempre, fará com que a sua divulgação venha a aparecer transformada em museu que irá ter o seu nome. [...]

                                                                                                                                          António Barão Ramos

     (in "António Henriques, o Associativista e o Historiador de Almada e das suas Colectividades")

18/09/15

Poemas com Dedicatória (1)


Um Nome Imortal

António Henriques
É nome de história
Que perpetua a memória
Da nossa vida colectiva
É nome de dirigente
Empenhado e intransigente
Na sua filosofia associativa

António Henriques
É nome de paixão
Amor e dedicação
À sua eterna Colectividade
É nome de músico e artista
Historiador e publicista
Da cidadania e liberdade

António Henriques
É um nome inesquecível
Orgulho da sua Incrível
Exemplo que nos pertence
É um nome sempre actual
E uma figura imortal
Do Associativismo Almadense


                            Orlando Laranjeiro

15/09/15

António Henriques: as Palavras dos Outros (3)


«[...] Ainda hoje não consigo classificar o António Henriques, personagem impar da Incrível. De modos muito cordatos, um pouco reservado senão distante, uma escrita que me parecia barroca, louvando a Incrível e as belezas de Almada. A Vila foi elevada a cidade em 1973 no período sobre o qual estou a escrever. Sinceramente não lograva nos escritos do António Henriques as belezas que ele cantava. Almada velha tinha sido paulatinamente destruída, e quanto isso deveria ter doído ao António Henriques, e a parte nova não era para mim algo assim tão belo para ser louvado. Mas o amor que ele punha naquilo que escrevia, esse sim, comovia-me. Agora penso que o António Henriques via algo que eu não vislumbrava. Além da grandiosa vista sobre Lisboa, ele via o pulsar da cidade, via as gentes nas suas actividades, via a alma onde eu via a pele. [...]»


                                                                                        Fernando Pina


                         (in "António Henriques, O Associativista e o Historiador de Almada e das Suas Colectividades")

10/09/15

Exposição Cancelada


Estava prevista a inauguração da exposição, "António Henriques, A Paixão pela História e pela Incrível", no dia 19 de Setembro, no Espaço Doces da Mimi, organizada pela SCALA.

Infelizmente este lugar de Cultura encerrou no início de Julho e a SCALA não conseguiu arranjar um espaço alternativo para esta iniciativa.

A Comissão Organizadora das Comemorações agradece o apoio da SCALA e acredita que haverá mais oportunidades para se falar de António Henriques e se declamarem poemas da sua autoria e em sua homenagem.

(Esta capa não aparece aqui por acaso, nesta obra editada pela SCALA consta a biografia de António Henriques)

08/09/15

António Henriques Poeta


António Henriques também escreveu poesia, como o "Cântico ao 1º Centenário", escrito quando a S.F. Incrível Almadense comemorou os seus primeiros 100 anos de Vida. Poema que reproduzimos com a devida vénia:


Cântico ao 1º Centenário

“Incrível” idolatrada,
gloriosa e triunfante,
honras a vila de Almada
p’lo teu passado brilhante.
Co’as tradições liberais
luminosas de verdade,
nasceram teus ideais
ao clarão da liberdade!

 (coro)
Velhinha, mimosa flor,
de beleza sonhadora,
venha a nós o teu amor
na magia redentora
do Belo, do Verdadeiro
e do Bem, oh nossa amada!
Símbolo tão altaneiro
do alto nome de Almada!

(coro)
Bandeira cheia de glória,
vai p’ra ti esta oração:
«Que as estrelas da vitória
da Arte e da Instrução
te façam sempre intangível,
toda firmeza e vontade
p’ra que a nossa qu’rida “Incrível”
outros cem conte de idade!»

Recordar, recordar
O nobre dia lendário!
Aclamar, aclamar
Seu primeiro centenário!


 (António Henriques é o primeiro da direita na foto)

07/08/15

O Dia em que António Henriques Nasceu...


António Henriques (D' Almeida) nasceu em Cacilhas, a 7 de Agosto de 1915, na então rua da Oliveira, filho de José Francisco, operário corticeiro, e de Emília Bárbara de Almeida, costureira.



14/07/15

O Amor Incrível de António Henriques


António Henriques quando começou a frequentar a Escola de Música da Incrível, não era obrigatório ser sócio da Incrível Almadense. Aliás, durante alguns existiu a categoria do "Músico Associado", que estava isento do pagamento de quotas.


Mas mal lhe foi possível, tornou-se associado da sua Incrível. Foi o que aconteceu a 13 de Setembro de 1932, como se pode comprovar pela sua ficha de inscrição aprovada pela direcção de então da S.F.I.A., que devia apresentar no gabinete da direcção juntamente com duas fotografias e 15 tostões, para formalizar todo o processo...

06/07/15

A Primeira Foto Conhecida de António Henriques


Esta é a primeira foto conhecida de António Henriques, tirada poucos dias antes de comemorar o seu segundo aniversário (datada de 1 de Agosto de 1917).

Esta foto foi tirada no estabelecimento (pensamos que Taberna e Casa de Pasto...) propriedade de sua avó paterna Maria de Matos, no Caramanchão (Caramujo, Cova da Piedade).

Na foto encontramos também o seu pai (primeiro da esquerda) e dois amigos da família.

25/06/15

Texto Inédito de Agradecimento de António Henriques


Carlos Guilherme, na sua intervenção na mesa de honra do lançamento da biografia de seu pai, leu um texto inédito da autoria de António Henriques, de agradecimento, que publicamos com a devida vénia, que ele infelizmente não pôde ler, por ter falecido poucos dias antes da apresentação do II Volume da sua história da Incrível.


Exmos. Senhoras e Senhores

Começo por agradecer a presença de V. Exas., e as palavras generosas que me dirigiram e que por benevolência da vossa extrema simpatia, elevaram algumas qualidades que eu possa ter, mas lançaram no esquecimento todos os defeitos.
Porém, o próprio erro da perspectiva é motivo para penhorado agradecimento.

E faço-o sensibilicadamente nesta querida Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, devendo considera-la a segunda mãe de todos os incríveis.
Neste vosso amigo e companheiro existem em simbiose:
- O menino que procurou e conseguiu ultrapassar momentos algo espinhosos da vida.
- O jovem que viveu os desencantos e os encantos da luta pela liberdade
- O Homem que consagrou quatro templos do amor:
A Família
A Nossa Filarmónica
Almada
Os amigos
São difíceis os caminhos da vida. Partilhar, contudo, esses caminhos com todos os amigos e entusiastas da nossa Incrível foi a fórmula mágica que me guiou na vida.
Foi uma bênção poder compartilhar ao longo dos anos o entusiasmo posto em todas as iniciativas.
Dias, noites, semanas, anos de trabalho insano, mas por mais defeituosa que tenha sido a nossa colaboração, está a encher-nos de orgulho e a deixar-nos a certeza que valeu a pena.
Não podemos por orgulho ou estúlcia concluir que o homem enquanto parte integrante da sociedade civil em que vivemos aperfeiçoou inteiramente, a ponto de considerar-se satisfeito por ter conseguido realizar, na prática, todos os seus ideais éticos e humanos.
Bem pelo contrário, embora isso seja para muitos, difícil de admitirpensamos que o homem comum que somos, continua igual a si próprio, e bastante longe dos raros indivíduos que transcendem em muito os seus concidadãos, libertando-se da lei da morte, com obras que vão ficando.
Todos somos, por mais doloroso que nos seja verifica-lo, responsáveis, com acções ou reacções, interesses ou desinteresses, orgulho ou servilismo, pelo estado actual das coisas.
E de nada valerá ficar á espera de um Messias ou de um Salvador, enfim de um Milagre.
Se não fizermos nada, nada aparece feito. Se não lutarmos não saímos derrotados mas, de certeza, não seremos vencedores.
Nada é definitivo, mas os homens que foram arquitectos e os continuadores da existência da nossa Incrível lutaram e triunfaram…
A OBRA ESTÁ À VISTA: levar a cabo, não digo, num plano inovador mas a simples e regular manutenção da marcha de tudo aquilo que já está edificado, montado e equipado, cativar a juventude, subtraí-la á pecha da droga, da prostituição, enfim da destruição, é tarefa para gente capaz e altruísta.
Sinto-me orgulhoso da nossa Incrível, uma plêiade de homens incondicionalmente disponíveis, a deixar para segundo plano os seus interesses particulares e imediatos, e através de uma unidade de acção conseguir!
 Quantas vezes sem olhar a “Sangue, Suor e Lágrimas “ elevar bem alto a nossa bandeira.
Minhas senhoras e senhores, resta-me agradecer-lhes mais uma vez, todas as gentilezas e pedir desculpa por não ter conseguido ser tão simples e tão directo, como naturalmente gostaria de ter sido.
Bem hajam, e que o exemplo de todos vós frutifique e possa ser o estandarte das experiências vividas da entrega total e do saber acumulado ao longo dos vetustos 142 anos da nossa muito querida Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.

Para terminar: VIVA A INCRÍVEL!


           (António Henriques)