Para
o António Henriques
Foi no reinado de Dona Maria Segunda.
E havendo já alguns antecedentes,
As filarmónicas começavam as suas
natalidades.
Há uma imagem já profunda
De futuros compromissos atraentes,
Que iriam desaguar em Liberdades.
Em Almada, a primeira, a Cabralista,
Criada para servir a política,
Apareceu de uma forma inusitada:
Só tocava para a direita Cartista.
Era uma coisa tão monolítica
Que acabou seus desígnios à pedrada…
Dois anos mais tarde, em quarenta e
oito,
Após umas lotarias tão desafortunadas
Entrou-se no “põe aí” como quotização.
Era um plano já muito afoito,
A modos de se fazer uma jangada
Que levasse a bom porto de salvação
E p’rá frente era o caminho
- Aqueles homens não eram gente de
torcer –
Teriam de fomentar uma questão plausível
Que seria a construção do próprio ninho
Um ninho que desse mui trabalho e mui
prazer
E que nunca fosse razão Incrível.
Se Incrível ficou na posteridade
Foi um desafio para o futuro,
Para outros que haveriam de surgir,
Pois só assim desfilaram, perante essa
Sociedade
Anónimos que elaboraram trabalho muito
duro
E deram grandes lições de fraternidade.
Mais tarde, surgiu o António Henriques,
Que removeu montanhas e descobriu papeis
Para escrever uma história gloriosa.
E, sozinho, sem criar despiques,
Mostrou que além de Henriques, pai dos
reis,
Havia outro, o da Incrível tão ditosa.
Nasceu para isso o nosso amigo:
Para o amor, para o afã, p’ra sua
Incrível,
Para estar bem junto a este povo tão
esquecido,
Porque, qualquer dom nasceu consigo
Na demonstração de que tudo aquilo era
crível
E que Portugal tinha ficado enriquecido.
Fernando
Barão