12/06/15

A CACILHAS DE ANTÓNIO HENRIQUES



Foi em 1997, no lançamento do livro "Personalidades Cacilhenses" de Henrique Mota, que descobri que António Henriques era natural de Cacilhas.
O meu conhecimento do senhor António Henriques foi sempre distante, tendo como base referências feitas pelo autor, que o colocava na galeria dos notáveis associativistas e publicistas deste Concelho.
Sem dúvida que foi com a Incrível Almadense, que estabeleceu uma ligação que durou uma vida, que vinha pelo menos desde os seus dezassete anos, quando se estreou na banda, ate 1992 ano em que faleceu. Aos 16 anos iniciou a sua vida associativa como sócio do Sport Clube Bombense de Cacilhas, foi também dirigente do Almada A. Clube e da Associação de Socorros Mútuos 1ºde Dezembro.
Com o aparecimento da associação “O Farol", incentivou-se a procura de conhecimentos e memórias de Cacilhas. Carlos Guilherme, seu filho, também na sua qualidade de sócio de "O Farol" resolveu revelar-nos alguns dos seus inúmeros arquivos. Foi assim que tomámos contacto com a Cacilhas de António Henriques.

Abrimos a primeira página das suas recolhas e artigos, e começámos a ler:

Cacilhas, terra tão qu´rida
Que um dia me viste nascer
És o sol da minha vida
Jamais te posso esquecer

E iniciámos a viagem pelas memórias guardadas por este homem, numa estrada feita de informação e emoções.
Durante uma vida, em que efectivamente teve outros interesses principais, outras motivações, em que construiu uma obra concreta, não esqueceu a sua Cacilhas.
Percorremos o seu espólio, numa constante descoberta de imagens, de documentos, de ideias. Com uma paciência e arte extraordinárias, recolheu, recortou e colou emblemas associativos, escreveu textos, arquivou notícias, descreveu a vida das Instituições e das Gentes, relembrou as colectividades locais e os seus pares do associativismo e da cultura com uma dedicação insuperável.
No seu coração e nas suas pastas guardou para si, a sua Cacilhas querida, um legado que certamente quereria ver transmitido às gerações vindouras, para que alicerçadas na memória colectiva da sua terra, possam crescer mais cultas e mais instruídas.

Em consonância com o seu filho, a associação "O Farol" entende que estas mensagens devem chegar aos destinatários, ligando a forma artesanal e mágica com que esta memória foi construída, a uma divulgação que também passe pelas novas tecnologias informáticas e digitais, para que, de forma dinâmica, a obra possa também chegar a professores e estudantes, bem como ao público em geral, e continue viva e útil.

Henrique Costa Mota - Novembro de 2005
(in Boletim nº 2 de “O Pharol”)

Sem comentários: