Foi em 1997,
no lançamento do livro "Personalidades Cacilhenses" de Henrique Mota,
que descobri que António Henriques era natural de Cacilhas.
O meu
conhecimento do senhor António Henriques foi sempre distante, tendo como base
referências feitas pelo autor, que o colocava na galeria dos notáveis
associativistas e publicistas deste Concelho.
Sem dúvida que
foi com a Incrível Almadense, que estabeleceu uma ligação que durou uma vida,
que vinha pelo menos desde os seus dezassete anos, quando se estreou na banda,
ate 1992 ano em que faleceu. Aos 16 anos iniciou a sua vida associativa como
sócio do Sport Clube Bombense de Cacilhas, foi também dirigente do Almada A.
Clube e da Associação de Socorros Mútuos 1ºde Dezembro.
Com o aparecimento
da associação “O Farol", incentivou-se a procura de conhecimentos e
memórias de Cacilhas. Carlos Guilherme, seu filho, também na sua qualidade de
sócio de "O Farol" resolveu revelar-nos alguns dos seus inúmeros
arquivos. Foi assim que tomámos contacto com a Cacilhas de António Henriques.
Abrimos a
primeira página das suas recolhas e artigos, e começámos a ler:
Cacilhas, terra tão qu´rida
Que um dia me viste nascer
És o sol da minha vida
Jamais te posso esquecer
E iniciámos a
viagem pelas memórias guardadas por este homem, numa estrada feita de
informação e emoções.
Durante uma
vida, em que efectivamente teve outros interesses principais, outras
motivações, em que construiu uma obra concreta, não esqueceu a sua Cacilhas.
Percorremos o
seu espólio, numa constante descoberta de imagens, de documentos, de ideias. Com
uma paciência e arte extraordinárias, recolheu, recortou e colou emblemas
associativos, escreveu textos, arquivou notícias, descreveu a vida das
Instituições e das Gentes, relembrou as colectividades locais e os seus pares
do associativismo e da cultura com uma dedicação insuperável.
No seu coração
e nas suas pastas guardou para si, a sua Cacilhas querida, um legado que
certamente quereria ver transmitido às gerações vindouras, para que alicerçadas
na memória colectiva da sua terra, possam crescer mais cultas e mais
instruídas.
Em consonância
com o seu filho, a associação "O Farol" entende que estas mensagens
devem chegar aos destinatários, ligando a forma artesanal e mágica com que esta
memória foi construída, a uma divulgação que também passe pelas novas
tecnologias informáticas e digitais, para que, de forma dinâmica, a obra possa
também chegar a professores e estudantes, bem como ao público em geral, e
continue viva e útil.
Henrique Costa Mota -
Novembro de 2005
(in
Boletim nº 2 de “O Pharol”)
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